Aportes da antropologia jurídica para a discussão do Direito (DFD5917 )

Créditos:8

Ativação:14/07/2020

Curso:Mestrado/Doutorado

Expiração:14/07/2025

Objetivos:
– Apresentar aportes (clássicos e recentes) da antropologia jurídica que procuram descentrar a análise do direito de sua forma ocidental de expressão;
– Explicitar, a partir dos autores selecionados, o potencial heurístico da abordagem antropológica para a obtenção de um distanciamento crítico em relação à visão ocidentalizante e etnocêntrica que tende a ser naturalizada pelos juristas.

Bibliografia:
ALLIOT, Michel. Antropologia jurídica. In: ARNAUD, André-Jean (Dir.). Dicionário enciclopédico de teoria e de sociologia do direito. Tradução de Patrice Charles, F. X. Willaume. 2. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 1999. p. 45-47.

______. Provocation: prêts? Partez!. In: EBERHARD, Christoph; VERNICOS, Geneviève (Ed.). La quête anthropologique du droit. Autour de la démarche d’Étienne Le Roy. Paris: Karthala, 2006. p. 503-507.

ARNAUD, André-Jean; ATIENZA, Manuel. Jurisdicidade. In: ______. (Dir.). Dicionário enciclopédico de teoria e de sociologia do direito. Tradução de Patrice Charles, F. X. Willaume. 2. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 1999. p. 433-437.

______; COMMAILLE, Jacques. Mondialisation. In: ARNAUD, André-Jean (Dir.). Dictionnaire de la globalisation. Paris: LGDJ, 2010. p. 361-363.

______; DULCE, María José Fariñas. Introduction à l’analyse sociologique des systèmes juridiques. Bruxelles: Bruylant, 1998.

ASSIER-ANDRIEU, Louis. O direito nas sociedades humanas. Tradução de Maria Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

BALANDIER, Georges. Anthropologie politique. 5e édition. Paris: PUF, 2007.

BELLEY, Jean-Guy. Pluralismo jurídico. In: ARNAUD, André-Jean (Dir.). Dicionário enciclopédico de teoria e de sociologia do direito. Tradução de Patrice Charles, F. X. Willaume. 2. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 1999. p. 585-589.

BOHANNAN, Paul. A categoria injô na sociedade Tiv. In: DAVIS, Shelton (Org.). Antropologia do direito. Tradução de Vera Maria Cândido Pereira, Alba Zaluar Guimarães, Neide Esterci e Tereza Cristina Araújo Costa. Rio de Janeiro: Zahar, 1973. p. 57-69.

______. Etnografia e comparação em antropologia do direito. In: DAVIS, Shelton (Org.). Antropologia do direito. Tradução de Vera Maria Cândido Pereira, Alba Zaluar Guimarães, Neide Esterci e Tereza Cristina Araújo Costa. Rio de Janeiro: Zahar, 1973. p. 101-123.

BOURDIEU, Pierre. Habitus, code et codification. Actes de la recherche en sciences sociales, v. 64, p. 40-44, 1986.

______. La force du droit. Éléments pour une sociologie du champ juridique. Actes de la recherche en sciences sociales, v. 64, p. 3-19, 1986.

______. Les juristes, gardiens de l’hypocrisie collective. In: CHAZEL, François; COMMAILLE, Jacques (Dir.). Normes juridiques et régulation sociale. Paris: LGDJ, 1991. p. 95-99. (Collection Droit et Société.)

CARBONNIER, Jean. Flexible droit. Pour une sociologie du droit sans rigueur. 10. éd. Paris: LGDJ, 2001.

______. Sociologie juridique. 2. éd. Paris: PUF, 2008.

CHRÉTIEN-VERNICOS, Geneviève. De l’ethnologie juridique à l’anthropologie juridique. Cahiers d’anthropologie du droit 2004. Anthropologie et droit – intersections et confrontations. Paris: Karthala, 2004. p. 99-105.

CLASTRES, Pierre. La société contre l’État. Recherches d’anthropologie politique. Paris: Les Éditions du Minuit, 2011.

______. Arqueologia da violência. Pesquisas de antropologia política. Tradução de Paulo Neves. São Paulo : Cosac & Naify, 2004.

COMMAILLE, Jacques. Hábito. In: ARNAUD, André-Jean (Dir.). Dicionário enciclopédico de teoria e de sociologia do direito. Tradução de Patrice Charles, F. X. Willaume. 2. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 1999. p. 373-374.

______. Nouvelle économie de la légalité, nouvelles formes de justice, nouveau régime de connaissance. L’anthropologie du droit avait-elle raison? In: EBERHARD, Christoph; VERNICOS, Geneviève (Ed.) La quête anthropologique du droit. Autour de la démarche d’Étienne Le Roy. Paris: Karthala, 2006. p. 351-368.

DURKHEIM, Émile. De la division du travail social. 7e édition. Paris: Presses Universitaires de France, 2007.

EBERHARD, Christoph. Le Droit au miroir des cultures. Pour une autre mondialisation. Paris: LGDJ, 2010.

______. Les droits de l’homme face à la complexité: une approche anthropologique et dynamique. Droit et Société, 51/52, p. 455-486, 2002.

______. Para uma teoria jurídica intercultural – o desafio dialógico. In: Revista direito e democracia. Vol. 3, n.º 2, p. 489-530, jul./dez 2002.

EWICK, Patricia; SILBEY, Susan. The common place of law: stories from everyday life. Chicago: University of Chicago Press, 1998.

GLUCKMAN, Max. Obrigação e dívida. In: DAVIS, Shelton H. Antropologia do direito: estudo comparativo de categorias de dívida e contrato. Tradução de Vera Maria Cândido Pereira. Rio de Janeiro: Zahar, 1973, p. 25-56.

KANT DE LIMA, Roberto. Ensaios de antropologia e de direito: acesso à justiça e processos institucionais de administração de conflitos e produção da verdade em uma perspectiva comparada. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008.

LE ROY, Étienne. Le jeu des lois. Une anthropologie “dynamique” du Droit. Paris: LGDJ, 1999.

______. Le pluralisme juridique aujourd’hui ou l’enjeu de la juridicité. Cahiers d’anthropologie du droit 2003. Les Pluralismes juridiques. Paris: Karthala, 2003. p. 7-15.

______. Norma. In: ARNAUD, André-Jean (Dir.). Dicionário enciclopédico de teoria e de sociologia do direito. Tradução de Patrice Charles, F. X. Willaume. 2. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 1999. p. 524-528.

______. O lugar da juridicidade na mediação. Meritum – Belo Horizonte – v. 7 – n. 2 – p. 289-324 – jul./dez. 2012.

______. Pour une anthropologie de la juridicité. Cahiers d’anthropologie du droit 2004. Anthropologie et droit – intersections et confrontations. Paris: Karthala, 2004. p. 241-247.

MAINE, Henry James Sumner. Ancient Law, its Connection with the Early History of Society, and its Relation to Modern Ideas. Tucson, Arizona: The University of Arizona Press, 1986.

MALINOWSKI, Bronislaw. Crime and custom in primitive society. 7. ed. London: Routledge & Kegan Paul, 1961.

MATTEI, Ugo; NADER, Laura. Plunder: when the rule of law is illegal. Oxford: Blackwell Publishing, 2008.

MOORE, Sally Falk. Certainties undone: fifty turbulent years of legal anthropology, 1949-1999. Huxley Memorial Lecture. Journal of the Royal Anthropological Institute, 7(1), p. 95-116, 2001.

______. Law and anthropology: a reader. Malden: Blackwell, 2005.

______. Law as process: an anthropological approach. Hamburg: LIT Verlag, 2000.

MÜLLER, Anne Friederike. Some observations on social anthropology and Niklas Luhmann’s concept of society. In: KING, Michael; THORNHILL, Chris. Luhmann on law and politics: critical appraisals and aplications. Oxford: Hart Publishing, 2006, p. 165-185.

NADER, Laura. The life of the law: anthropological projects. Berkeley: University of California Press, 2002.

NICOLAU, Gilda. Entre médiation et droit, les enjeux d’une bonne intelligence. Jurisprudence – Revue critique, n. 4 (La médiation. Entre renouvellement de l’offre de justice et droit), p. 209-235, 2013.

ROULAND, Norbert. Anthropologie juridique. Paris: PUF, 1988.

______. L’anthropologie Juridique. 2. éd. Paris: PUF, 1995. (Que Sais-je?, 2528.)

______. Nos confins do direito. Tradução de Maria Ermantina de Almeida Prado Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

______. Pluralismo jurídico (Teoria antropológica). In: ARNAUD, André-Jean (Dir.). Dicionário enciclopédico de teoria e de sociologia do direito. Tradução de Patrice Charles, F. X. Willaume. 2. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 1999. p. 589-590.

SACCO, Rodolfo. Antropologia jurídica: contribuição para uma macro-história do direito. Tradução de Carlo Alberto Dastoli. São Paulo: Martins Fontes, 2013.

SANTOS, Boaventura de Sousa. A crítica da razão indolente: contra o desperdício da experiência (Para um novo senso comum: a ciência, o direito e a política na transição paradigmática, v. 1). São Paulo: Cortez, 2002.

______. Por uma concepção multicultural de direitos humanos. In: SANTOS, Boaventura de Sousa (Org.) Reconhecer para libertar: os caminhos do cosmopolitismo multicultural. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. p. 429-461.

SHIRLEY, Robert Weaver. Antropologia jurídica. São Paulo: Saraiva, 1987.

SILBEY, Susan. After legal consciousness. Annual Law Review of Law and Social Science, v. 1, p. 323-368, 2005.

SUPIOT, Alain. Homo juridicus. Essai sur la fonction anthropologique du Droit. Paris: Seuil, 2005.

TAMANAHA, Brian Z. A non-essentialist version of legal pluralism. Journal of Law and Society, v. 27, n. 2, p. 296-321, 2000.

VACHON, Robert. L’étude du pluralisme juridique: une approche diatopique et dialogale. In: Journal of legal pluralism and unofficial law, n. 29, 1990. p. 163-173.

VANDERLINDEN, Jacques. Anthropologie juridique. Paris: Dalloz, 1996.

______. Le pluralisme juridique – essai de synthèse. In: GILISSEN (Dir.). Le pluralisme juridique. Bruxelles: Éditions de l’Institut de Sociologie, 1972. p. 19-56.

______. Les pluralismes juridiques. In: RUDE-ANTOINE, Edwige; CHRÉTIEN-VERNICOS, Geneviève. Anthropologies et droits: état des savoirs et orientations contemporaines. Paris: Dalloz, 2009. p. 25-76.

______. Return to legal pluralism: twenty years later. Journal of legal pluralism, n. 28, 1989, p. 149-157.

______. Trente ans de longue marche sur la voie du pluralisme juridique. Cahiers d’Anthropologie du droit 2003 (les pluralismes juridiques). Paris: Karthala, 2003. p. 21-33.

VILLAS BOÂS FILHO, Orlando. A análise antropológica no âmbito dos estudos sociojurídicos: aportes para a construção de um campo interdisciplinar. Revista Pensamento Jurídico, v. 12, n. 2, p. 9-38, 2018.

______. A governança em suas múltiplas formas de expressão: o delineamento conceitual de um fenômeno complexo. Revista Estudos Institucionais, v. 2, n. 2, p. 670-706, 2016.

______. A juridicização e o campo indigenista no Brasil: uma abordagem interdisciplinar. Revista da Faculdade de Direito da USP, v. 111, p. 339-379, jan.-dez. 2016.

______. A juridicização e a judiciarização enfocadas a partir da “sociologia política do direito” de Jacques Commaille. Revista brasileira de sociologia do direito. Vol. 2, n. 2, p. 56-75, 2015.

______. A juridicização e os povos indígenas no Brasil. In: LIMA, Emanuel Fonseca; AURAZO DE WATSON, Carmen Soledad (Org.). Identidade e diversidade cultural na América Latina. Porto Alegre: Editora Fi, 2017. p. 21-52.

______. A questão da universalidade das categorias jurídicas ocidentais a partir da abordagem antropológica: nota sobre a discussão entre Max Gluckman e Paul Bohannan. Revista da Faculdade de Direito da USP, v. 110, p. 277-318, jan.-dez. 2015.

______. A mediação em um campo de análise interdisciplinar: o aporte da teoria do multijuridismo de Étienne Le Roy. Revista Estudos Institucionais, v. 3, n. 2, p. 1112-1162, 2017.

______. A regulação jurídica para além de sua forma ocidental de expressão: uma abordagem a partir de Étienne Le Roy. Revista Direito & Práxis, v. 6, n. 12, p. 159-195, 2015.

______. Ancient Law: um clássico revisitado 150 anos depois. Revista da Faculdade de Direito da USP, v. 106-107, p. 527-562, jan.-dez. 2011-2012.

______. André-Jean Arnaud: l’homme derrière l’œuvre. Revista da Faculdade de Direito da USP, v. 112, p. 323-343, jan.-dez. 2017.

______. Desafios da pesquisa interdisciplinar: as ciências sociais como instrumentos de “vigilância epistemológica” no campo dos estudos sociojurídicos. Revista Estudos Institucionais, v. 5, n. 2, p. 530-558, 2019.

______. Différenciation fonctionnelle. In: ARNAUD, André-Jean (Dir.). Dictionnaire de la globalisation. Droit, science politique, sciences sociales. Paris: LGDJ, 2010. p. 144-148.

______. Émile Durkheim e a análise sociológica do direito: a atualidade e os limites de um clássico. Revista Eletrônica Direito e Sociedade, v. 5, nº 2, p. 229-250, 2017.

______. Juridicidade: uma crítica à monolatria jurídica como obstáculo epistemológico. Revista da Faculdade de Direito da USP, v. 109, p. 281-325, jan./dez. 2014.

______. O desenvolvimento dos estudos sociojurídicos: da cacofonia à construção de um campo de pesquisa interdisciplinar. Revista da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, v. 113, p. 251-292, jan.-dez. 2018.

______. O direito de qual sociedade? Os limites da descrição sociológica de Niklas Luhmann acerca do direito a partir da crítica antropológica. In: FEBBRAJO, Alberto; LIMA, Fernando Rister de Sousa; PUGLIESI, Márcio (Coord.). Sociologia do direito: teoria e práxis. Curitiba: Juruá, 2015, p. 337-366.

______. O impacto da governança sobre a regulação jurídica contemporânea: uma abordagem a partir de André-Jean Arnaud. REDES – Revista Eletrônica Direito e Sociedade, v. 4, n. 1, p. 145-171, 2016.

Ministrantes

Filosofia e Teoria Geral do Direito