Dogmática e Crítica da Jurisprudência (DCV5955)

Créditos:8

Ativação:25/11/2019

Curso:Mestrado/Doutorado

Expiração:25/11/2024

Objetivos:
A disciplina objetiva oferecer aos alunos uma visão contemporânea sobre a relação entre a dogmática jurídica e seu papel de crítica à jurisprudência, com ênfase no exame dialógico de temas específicos de Direito Privado e de Direito Público, de forma a permitir a delimitação de espaços epistemológicos e principiológicos. Esse objetivo mais amplo condiciona a execução de outro objetivo, mais específico: o de permitir que os alunos desenvolvam pesquisas sobre os mais diversos temas de forma consistente, segura e baseada em referenciais metodológicos firmes.

CONTEÚDO (EMENTA): §1 Introdução e apresentação da disciplina. §2. Distinção sistemática e problemas conexos. §3. Dogmática e crítica da jurisprudência: estudo de conceitos. §4. Direito Privado e direitos fundamentais: crítica ao modelo jurídico da eficácia direta. §5. Jurisdição constitucional e direito ordinário. §6. O papel do Supremo Tribunal Federal dos tribunais superiores. §7. Transformações nos grandes setores do Direito e seus impactos na relação entre a doutrina e a jurisprudência: 5.1. Direito Civil. 5.2. Direito Administrativo. 5.3. Direito Processual. 5.4. Direito e novos institutos. §8. A perspectiva portuguesa sobre os problemas jurídico-civilísticos em face da Constituição e dos direitos fundamentais. §9. Há um futuro para a dogmática jurídica? §10. Conclusão.

Bibliografia:
ÁVILA, Humberto. “Neoconstitucionalismo”: entre a “ciência do direito” e o “direito da
ciência”. Revista Brasileira de Direito Público – RBDP, v. 6, n. 23, p. 9-30, out./dez. 2008.
BALDUS, Christian; THEISEN, Frank; VOGEL, Friederike. „Gesetzgeber“ und Rechtsanwendung – Entstehung und Auslegungsfähigkeit von Normen. Tübingen: Mohr Siebeck, 2013.

BYDLINSKI, Franz. System und Prinzipien des Privatrechts. Vienna, New York: Springer, 1996.

______. Kriterien und Sinn der Unterscheidung von Privatrecht und öffentlichem Recht.
Archiv für die civilistische Praxis – AcP, v.194, fascículo 1, p.319- 351, 1994.

______. Juristische Methodenlehre und Rechtsbegriff. Vienna, New York: Springer, 1982.

CAMPOS, Ricardo (Org.) Crítica da ponderação: método constitucional entre a dogmática jurídica e a teoria social: ensaios traduzidos. São Paulo: Saraiva, 2016.

CANARIS, Claus-Wilhelm. O “contato social” no ordenamento jurídico alemão. Tradução e revisão por Otavio Luiz Rodrigues Jr. e Patrícia Cândido Alves Ferreira. Revista de Direito Civil Contemporâneo, v. 16, p. 211-219, jul./set. 2018.

COSSIO, Carlos. La critica de la jurisprudencia dogmatica como critica de nuestra epoca. Revista juridica argentina la ley, n. 108, p. 1088-1092, oct./dic. 1962.

DIAS, Gabriel Nogueira. Positivismo jurídico e a teoria geral do direito : na obra de Hans Kelsen. São Paulo: Revista dos tribunais, 2010.

DIAS TOFFOLI, José Antonio. Centralidade do direito civil na obra de Antonio Junqueira de Azevedo. Revista de Direito Civil Contemporâneo, v. 13, p. 33-57, out./dez. 2017.

________________ (Org). 30 anos da Constituição brasileira: democracia, direitos fundamentais e instituições. Rio de Janeiro: Forense, 2018.

__________________; RANGEL, Roberta Maria. Revisão contratual e boa-fé: confronto inevitável? In. AA.VV. Temas atuais e polêmicos na Justiça Federal. Salvador: JusPODIVM, 2018, p. 189-203.

DUQUE, Marcelo Schenk. Direito privado e Constituição: drittwirkung dos direitos fundamentais. Construção de um modelo de convergência à luz dos contratos de consumo. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2013.

FERRAZ JUNIOR, Tercio Sampaio. Função social da dogmática jurídica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2015.

FERREIRA, Antonio Carlos. A interpretação da doutrina do adimplemento substancial. Revista de Direito Civil Contemporâneo, v. 18, p. 35-60, jan./mar. 2019.

FUCHS, Marie-Christine. O efeito irradiante dos direitos fundamentais e a autonomia do Direito Privado: a “decisão Luth” e suas consequências. Traduzido por Patrícia Cândido Alves Ferreira e por Otavio Luiz Rodrigues Jr. Revista de Direito Civil Contemporâneo, v. 16, p. 221-232, jul./set. 2018.

GONÇALVES, Diogo Costa. Revisitando a origem histórico-dogmática dos direitos de personalidade. Revista de Direito Civil Contemporâneo, v. 15, p. 387-404, abr./jun. 2018.

HERZOG, Benjamin. A recepção da metodologia de Savigny no Brasil e em Portugal. Traduzido por João Carlos Mettlach Pinter e [revisão da tradução e notas por] Otavio Luiz Rodrigues Junior. Revista de direito civil contemporâneo, v. 7, p. 279-294, abr./jun. 2016.

_________________. Anwendung und Auslegung von Recht in Portugal und Brasilien – Eine rechtsvergleichende Untersuchung aus genetischer, funktionaler und postmoderner Perspektive – Zugleich ein Plädoyer für mehr Savigny und weniger Jhering. Tübingen: Mohr Siebeck, 2014.

HESSE, Konrad. Grundzüge des Verfassungsrechts der Bundesrepublik Deutschland. 20. ed. Heidelberg: C. F. Müller, 1999.

______. Verfassungsrecht und Privatrecht. Heidelberg: Müllher, 1988.

______. Die normative Kraft der Verfassung: Freiburger Antrittsvorlesung. Tübingen: Mohr (Siebeck), 1959.

JUNQUEIRA DE AZEVEDO, Antonio. O direito ontem e hoje: crítica ao neopositivismo constitucional e à insuficiência dos direitos humanos. Revista do advogado, v.28, nº 99, p. 7-14, set. de 2008

_______________. Caracterização jurídica da dignidade da pessoa humana. Revista da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, n. 97, p. 107-125, jan./dez. 2002.

KINDHÄUSER, Urs. A dogmática jurídico-penal alemã entre a adaptação e a autoafirmação: controle de limites da política criminal pela dogmática? Tradução de Beatriz Corrêa Camargo, Wagner Mateleto Filho. Revista Brasileira de Ciências Criminais, v. 27, n. 155, p. 213-228, mai. 2019.

KIRCHMANN, Julius von. Die Wertlosigkeit der Jurisprudenz als Wissenschaft: Ein Vortrag, 1848 gehalten in der juristischen Gesellschaft zu Berlin. Editado por Anton Schäfer a partir da edição original de 1848. Dornbirn: BSA, 2003.

LA TORRE, Massimo. La lucha contra el derecho subjetivo: Karl Larenz y la teoria nacionalsocialista del Derecho. Tradução de Cristina García Pascual. Madrid: Dykinson,
2008.

LARENZ, Karl. Metodologia da Ciência do Direito. Tradução de José Lamego. 4. ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2005.

______________. Allgemeiner Teil des bürgerlichen Rechts. 9.ed. revisada e ampliada por Manfred Wolf. München: C.H. Beck, 2004.

LEAL, Fernando. O formalista expiatório: leituras impuras de Kelsen no Brasil. Revista Direito GV, v. 10, n. 1, p. 245-268, jan./jun. 2014.

______________. Seis objeções ao Direito Civil constitucional. Direitos Fundamentais e Justiça, v. 9, n. 33, p. 123-165, out./dez. 2015.

MACEDO JUNIOR, Ronaldo Porto. Do xadrez à cortesia: Dworkin e a teoria do direito contemporânea. São Paulo: Saraiva, 2013.

MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 35. ed. comemorativa. São Paulo: Atlas, 2019.

__________________. Direitos humanos fundamentais: teoria geral: comentários aos arts. 1º a 5º da Constituição da República Federativa do Brasil. 11. ed., rev. e atual. São Paulo: Atlas, 2016.

________________. Pareceres de direito público. São Paulo: Atlas, 2015.

_________________. Presidencialismo. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2013.

_________________. Jurisdição constitucional e tribunais constitucionais: garantia suprema da Constituição. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2013.

MORAIS, Carlos Blanco de. Direitos sociais e controle de inconstitucionalidade por omissão no ordenamento brasileiro: activismo judicial momentâneo ou um novo paradigma? Revista Brasileira de Estudos Constitucionais – RBEC, v. 5, n. 20, p. 211-243, out./dez. 2011.

MOTA PINTO, Paulo. A influência dos direitos fundamentais sobre o Direito Privado português. In. PINTO MONTEIRO, António; NEUNER, Jörg; SARLET, Ingo Wolfgang (Orgs.). Direitos fundamentais e Direito Privado: uma perspectiva de direito comparado. Coimbra: Almedina,
2007.

______. Autonomia privada e discriminação: algumas notas. In. SARLET, Ingo Wolfgang. Constituição, direitos fundamentais e Direito Privado. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2010.

RODRIGUES JR., Otavio Luiz. Direito Civil contemporâneo: estatuto epistemológico, Constituição e direitos fundamentais. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019.
________________________. Dogmática e crítica da jurisprudência (ou da vocação da doutrina em nosso tempo). Revista dos Tribunais, São Paulo, v. 99, n. 891, p. 65-106, jan. 2010.

________________________. Direitos fundamentais e direitos da personalidade. In. DIAS TOFFOLI, José Antonio. 30 anos da Constituição brasileira: democracia, direitos fundamentais e instituições. Rio de Janeiro: Forense, 2018, p. 679-703.

SARLET, Ingo Wolfgang. Direitos fundamentais e Direito Privado: notas sobre a influência da dogmática alemã dos direitos fundamentais, em especial a contribuição de Claus-Wilhelm Canaris, no Direito brasileiro. Revista de Direito Civil Contemporâneo, v. 12, p. 63-88, jul./set. 2017.

SCHMIDT-ABMANN, Eberhard. Dogmática jurídico-administrativa: um balanço intermédio sobre a evolução, a reforma e as funções futuras. Tradução de António Francisco de Sousa. São Paulo: Saraiva, 2016.

SCHMIDT, Jan Peter. Zivilrechtskodifikation in Brasilien. Strukturfragen und Regelungsprobleme in historisch-vergleichender Perspektive. (Schriften zum ausländischen und internationalen Privatrecht, v. 226), Tübingen: Mohr Siebeck, 2009.

SCHUPPERT, Gunnar Folke; BUMKE, Christian. Die Konstitutionalisierung der Rechtsordnung: Uberlegungen zum Verhaltnis von verfassungsrechtlicher Ausstrahlungswirkung und Eigenstandigkeit des „einfachen“ Rechts. Baden-Baden: Nomos, 2000.

STOLLEIS, Michael. Judicial interpretation in transition from the Ancien Régime to constitutionalism. In. MORIGIWA, Yasutomo; STOLLEIS, Michael; HALPÉRIN, Jean-Louis (Eds.). Interpretation of the law in the age of Enlightenment. From the rule of the king to the rule of law. Dordrecht, Heidelberg, London, New York: Springer, 2011, p. 3-17.

______. Judicial review, administrative review, and constitutional review in the Weimar Republic. Ratio Juris. v.16, n.2, p.266-280, Jun. 2003.

VEC, Miloš. Dogmática civilista e mudança social: pandectística, urbanização e industrialização. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, v. 178, n. 473, p. 563-612, jan./mar. 2017.

VICENTE, Dário Moura. A autonomia privada e os seus diferentes significados à luz do direito comparado. Revista de Direito Civil Contemporâneo, v. 8, p. 275-302, jul./set. 2016.

_______________________. Direito comparado. 2. ed., rev. e atual. Coimbra: Almedina, 2012. v.1.

VILLELA, João Baptista. Variações impopulares sobre a dignidade da pessoa humana. In. AA.VV. Superior Tribunal de Justiça: Doutrina. Edição comemorativa, 20 anos, Distrito Federal, 2009. p. 559‑581.

WEINTRIB, Ernest J. The idea of Private Law. London: Harvard University Press, 1995.

WIEACKER, Franz. História do direito privado moderno. Tradução de A.M. Botelho Hespanha. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1980.

ZIMMERMANN, Reinhard. Direito Romano e cultura jurídica europeia. Tradução de Otavio Luiz Rodrigues Junior e Marcela Paes de Andrade Lopes de Oliveira. Revista de Direito Civil Contemporâneo, vol. 7, p. 243-278, abr.-jun. 2016.

______. The New German Law of Obligations Historical and Comparative Perspectives. Oxford: Oxford University Press, 2006.