Tendências do Direito da Empresa em Crise II (DCO5962)

Créditos:8

Ativação:14/07/2020

Curso:Mestrado/Doutorado

Expiração:14/07/2025

Objetivos:
Aprofundar o estudo e o debate de questões específicas e pouco exploradas pela doutrina acerca do direito da empresa em crise, em especial diante dos novos desafios que se colocam a partir da pandemia do Covid-19. Passados quinze anos de aplicação da Lei 11.101/2005 e não obstante os diversos avanços no aperfeiçoamento de sua disciplina pela doutrina e pelos tribunais brasileiros, restam diversas lacunas e pontos de controvérsia no ordenamento. Esse cenário deve se agravar, atualmente, diante dos efeitos econômicos da pandemia. É sobre esses aspectos que se volta o presente curso, no intuito de debater questões pouco exploradas pela doutrina, enfrentar diferentes interpretações dadas pelos tribunais e construir soluções bem refletidas e sugestões de aprimoramento da disciplina brasileira das empresas em crise, em especial à luz de recentes iniciativas de reforma da lei concursal e das propostas de criação de instrumentos provisórios para lidar com a presente crise. Conteúdo: 1. Fundamentos do direito da empresa em crise. 2. Legitimidade ativa para o pedido de recuperação judicial. 3. Créditos sujeitos à recuperação judicial. 4. O financiamento da empresa em crise. 5. A deliberação sobre o plano de recuperação judicial e seu aditamento. 6. A insolvência transnacional. 7. A interface entre direito Societário e direito da empresa em crise. 8. Reforma da lei concursal: objetivos, interesses e dificuldades. 9. Pandemia e direito concursal: propostas de regime provisório de crise empresarial. 10. A crise de micro e pequenas empresas: novos desafios. 11. Recuperação extrajudicial: novos desenvolvimentos. 12. Mediação e recuperação: compatibilidade? Forma de avaliação: A avaliação se dará com base na participação em sala (50%) e na apresentação de artigo final (50%), que será discutido com base em peer review.

Bibliografia:
ARMOUR, John e CUMMING, Douglas J. Bankruptcy law and entrepreneurship, in American Law and Economics Review 10 (2008), pp. 303-350.
AZAR, Ziad Raymond. Bankruptcy Policy: An Empirical Investigation of 50 Jurisdictions Worldwide, in Am. Bankr. L. J. 82 (2008), pp. 407-496.
BAIRD, Douglas G. Loss Distribution, Forum Shopping, and Bankruptcy: A Reply to Warren, in U. Chi. L. Rev. 54 (1987), pp. 815-834.
_________. A World without Bankruptcy, in SPG Law & Contemp. Probs. 50 (1987), pp. 173-193.
BAIRD, Douglas G.; RASMUSSEN, Robert K. Control Rights, Priority Rights, and the Conceptual Foundations of Corporate Reorganizations, in Va. L. Rev. 87 (2001), pp. 921-959.
_________. The End of Bankruptcy, in Stan. L. Rev. 55 (2002-2003), pp. 751-789.
BALZ, Manfred. Market Conformity of Insolvency Proceedings: Policy issues of the German Insolvency Law, in Brook. J. Int’l L. 23 (1997), pp. 167-179.
BEBCHUK, Lucian Arye, A New Approach to Corporate Reorganizations, in Harv. L. Rev. 101 (1988), pp. 775-804.
BOZZA, Giuseppe. La facoltatività della formazione delle classi tra autonomia del proponente e tutela dei creditori. In: Il Fallimento 4 (2009), pp. 424-436.
CAMPANA FILHO, Paulo Fernando. O desenvolvimento dos modelos teóricos da insolvência internacional. In: Revista de Direito Recuperacional e Empresa, v. 6, p. 1-27, 2017.
CAMPANA FILHO, Paulo Fernando. O caso OGX e a questão do ajuizamento de recuperação judicial de sociedades estrangeiras no Brasil. In: Revista Comercialista, São Paulo, p. 28 – 31, 17 maio 2015.
CANDELARIO MACÍAS, Isabel. Il Diritto Concorsuale in Europa, Milani, CEDAM, 2001, pp. 1-228.
CATALLOZZI, Paolo. “La formazione delle classi tra autonomia del proponente e tutela dei creditori”. In: Il Fallimento 5 (2009), pp. 581-589.
CATALLOZZI, Paolo. “Il ‘Classeamento Obbligatorio’ nei Concordati”. In: Il Fallimento 7 (2010), pp. 777-784.
COMPARATO, Fábio Konder. Aspectos Jurídicos da Macro-Empresa, São Paulo, Revista dos Tribunais, 1970, pp. 1-129.
D’ALESSANDRO, Floriano. “La crisi delle procedure concorsuali e le linee generali della riforma: profili generali”. In: Giust. Civ. II (2006), pp. 329-343.
DAVIS, Ronald et al. The modular approach to micro, small, and medium enterprise insolvency, 2016, disponível em https://ssrn.com/abstract=2904858.
DIAS, Leonardo Adriano Ribeiro. Financiamento na recuperação judicial e na falência. São Paulo: Quartier Latin, 2014.
FLESSNER, Axel. Philosophies of business bankruptcy law: an international overview, in ZIEGEL, Jacob S. (org.), Current developments in international and comparative corporate insolvency law, Oxford, Claredon, 1994, pp. 19-28.
FABIANI, Massimo. “Diritto e processo a confronto sul nuovo fallimento e lo spettro dei conflitti di classe”. In: Il Fallimento 1 (2008), pp. 5-9.
FABIANI, Massimo. “Brevi riflessioni su omogeneità degli interessi ed obbligatorietà delle classi nei concordati”. In: Il Fallimento 4 (2009), pp. 437-445.
FERREIRA, Mariana Martins-Costa. Limites à atuação do administrador da companhia em recuperação judicial: a interface entre o direito societário e o direito da empresa em crise, in Giovana Benetti et al., Direito, Cultura, Método – Leituras da obra de Judith Martins-Costa, Rio de Janeiro, GZ, 2019.
FLETCHER, Ian. “Theory and Principle in Cross-Border Insolvency”. (in) Insolvency in Private International Law. 2. ed. New York: Oxford university Press, 1999.
FRANÇA, Erasmo Valladão A. e N. “A assembleia geral de credores na nova lei falimentar”. In: Revista de Direito Mercantil, n. 138 (2005), pp. 71-83.
GAMBINO, Agostino. “Limiti Costituzionali dell’Iniziativa Economica nella Crisi dell’Impresa”. In: Giur. Comm. I (1988), pp. 487-496.
GROSS, Karen. Failure and Forgiveness – Rebalancing the Bankruptcy System, New Haven, Yale University Press, 1997.
HOUSER, Barbara. J.; HENDERSON, Thomas S.; ROSENBERG, Richard M.; WILKINS, Shari A.; HYUN, Jenny J. “Classification of claims”. In: American Law Institute/American Bar Association Continuing Legal Education, ALI-ABA Course of Studies, 2006, pp. 1027-1049;
KELLER, Ulrich. Insolvenzrecht. München: Franz Vahlen, 2006.
KLEE, Kenneth N. “All You Ever Wanted to Know About Cram Down Under the New Bankruptcy Code”. In: American Bankruptcy Law Journal 53 (1979), pp. 133-171.
Large Corporations Committee of the Bankruptcy & COVID-19 Working Group, Letter to Congress, 2020.
MUNHOZ, Eduardo Secchi. “Cessão fiduciária de direitos de crédito e recuperação judicial de empresa”. Revista do Advogado, v. 105, p. 33-48, 2009.
MUNHOZ, Eduardo Secchi. “Anotações sobre os limites do poder jurisdicional na apreciação do plano de recuperação judicial”. Revista de Direito Bancário e do Mercado de Capitais, v. 36, p. 184-199, 2007.
MUNHOZ, Eduardo Secchi. “Mootness doctrine e o Direito Brasileiro. Preservação dos Atos Validamente Implementados no âmbito da Recuperação Judicial”. In: Luis Vasco Elias. (Org.). 10 anos da Lei de Recuperação de Empresas e Falências: reflexões sobre a reestruturação empresarial no Brasil. 1ed.São Paulo: Quartier Latin, 2016, v. , p. 113-122.
NEDER CEREZETTI, Sheila C. A Recuperação Judicial de Sociedade por Ações – O Princípio da Preservação da Empresa na Lei de Recuperação e Falência. São Paulo: Editora Malheiros, 2012.
NEDER CEREZETTI, Sheila C., MAFFIOLETTI; Emanuelle Urbano. Dez Anos da Lei nº 11.101/2005. São Paulo: Almedina, 2015.
NEUMANN, Friedrich. Die Gläubigerautonomie in einem künftigen Insolvenzverfahren. Bielefeld: Ernst und Werner Gieseking, 1995.
PAIVA, Luiz Fernando Valente de. Da Recuperação Extrajudicial, in PAIVA, Luiz Fernando Valente de (coord.), Direito falimentar e a nova Lei de Falências e Recuperação de Empresas, São Paulo, Quartier Latin, 2005, pp. 559-594.
PAIVA, Luiz Fernando Valente de. Recuperação Extrajudicial: O Instituto Natimorto e uma Proposta pra sua Reformulação, in TOLEDO, Paulo Fernando Campos Salles de e SATIRO, Francisco (coords.), Direito das Empresas em Crise: Problemas e Soluções, São Paulo, Quartier Latin, 2012, pp. 229-263.
PATERSON, Sarah, The Cost of Capital – the Normative Foundation of Corporate Law: A Reply, in ECFR 2017, pp. 316–335.
PAULUS, Christoph G. Global Insolvency Law and the Role of Multinational Institutions, in Brook. J. Int’l L. 32 (2006-2007), pp. 755-766.
PAYNE, Jennifer. ‘The role of the court in debt restructuring’ (2018) 77 Cambridge Law Journal 124.
PAYNE, Jennifer, SARRA, Janis. ‘Tripping the Light Fantastic: A comparative analysis of the European Commission’s proposals for new and interim financing of insolvent businesses ‘ (2018) International Insolvency Review.
PERRINO, Angelina-Maria. “I Limiti del controllo giudiziale tra classeamento e voto”. In: il Fallimento 11 (2010), pp. 1290-1295.
PRESTI, Gaetano. “Rigore è quando Arbitro Fischia?”. In: Il Fallimento 1 (2009), pp. 25-29.
PROENÇA, José Marcelo. “Os Novos Horizontes o Direito Concursal: Uma Crítica ao Continuísmo Prescrito pela Lei 11.101/05”, in N. de Lucca, A. A. Domingues, N. M. L. Antonio (coords.), Direito Recuperacional, vol. 2, São Paulo, Quartier Latin, 2012, pp. 187-206.
PROENÇA, José Marcelo e MATTOS, Eduardo da Silva. Recuperação de Empresas – (In)utilidade de Métricas Financeiras e Estratégias Jurídicas, Rio de Janeiro, Editora Lumen Juris, 2019.
RODRIGUES, Frederico Viana. “Reflexões sobre a Viabilidade Econômica da Empresa no Novo Regime Concursal Brasileiro”. In: Revista de Direito Mercantil, n. 138 (2005), pp. 102-122.
SACCHI, Roberto. “Concordato Preventivo, Conflitti di Interessi fra Creditori e Sindacato dell’Autorità Giudiziaria”. In: Il Fallimento 1 (2009), pp. 30-36.
SACRAMONE, Marcelo Barbosa. Comentários à Lei de Recuperação de Empresas e Falência, São Paulo, Saraiva, 2018.
SARRA, Janis. Micro, Small and Medium Enterprise (MSME) insolvency in Canada, 2016, disponível em https://commons.allard.ubc.ca/cgi/viewcontent.cgi?article=1309&context=fac_pubs.
SARRA, Janis. Creditor rights and the public interest – Restructuring insolvent corporations, Toronto, University of Toronto, 2003.
STEFFEK, Felix, Gläubigerschutz in der Kapitalgesellschaft – Krise und Insolvenz im englischen und deutschen Gesellschafts- und Insolvenzrecht, Tübingen, Mohr Siebeck, 2011.
STEFFEK, Felix, The Cost of Capital – the Normative Foundation of Corporate Law? Working paper
SATIRO de SOUZA Jr., Francisco. “Autonomia dos Credores na Aprovação do Plano de Recuperação Judicial, in R. R. Monteiro Castro”, in W. J. Warde Junior, C. D. T. Guerreiro, Direito Empresarial e Outros Estudos em Homenagem ao Professor José Alexandre Tavares Guerreiro (coord.), São Paulo, Quartier Latin, 2012, pp. 99-114.
SATIRO de SOUZA Jr., Francisco, PITOMBO, A. S. A. de Moares (coord.), Comentários à Lei de Recuperação de Empresas e Falência, 2ª ed., São Paulo, RT, 2007.
SCALZILLI, João Pedro, SPINELLI, Luis Felipe e TELLECHEA, Rodrigo. Pandemia, crise econômica e lei de insolvência, Porto Alegre, Buqui, 2020.
SILVA, João Calvão da, e Rodrigues, Frederico Viana, Os Novos Paradigmas do Direito Concursal: Uma Análise jus-comparatística sob o Prisma do Regime Português, in RDB 36 (2007), pp. 224-240.
SIMIONATO, Frederico Augusto Monte. “A Disciplina da Reorganização da Empresa em Crise Econômica no Projeto de Lei Concursal”. In: Revista de Direito Mercantil, n. 111 (1998), pp. 138-156.
SMID, Stefan; RATUNDE, Rolf. Der Insolvenzplan. Stuttgart: Kohlhammer, 2005.
TOLEDO, Paulo Fernando Campos Salles de. “Recuperação judicial – Sociedades anônimas – Debêntures – Assembleia-geral de credores – Liberdade de associação – Boa-fé objetiva – Abuso de direito – Cram down – Par condicio creditorum”. In: Revista de Direito Mercantil, n. 142 (2006), pp. 263-281.
VALLADÃO AZEVEDO E NOVAES FRANÇA, Erasmo. “A Assembléia-­Geral de Credores na Nova Lei Falimentar”, in Temas de Direito Societário, Falimentar e Teoria da Empresa, São Paulo, Malheiros, 2009, pp. 7-17.
WESTBROOK, Jay Lawrence, The Globalisation of Insolvency Reform, in N. Z. L. Rev. 1999, pp. 401-414.
World Bank, e United Nations Commission on International Trade Law, Creditor Rights and Insolvency Standard, 2005, disponível in http://www.worldbank.org/ifa/rosc_icr.html.